Franquias - Um outro lado do recrutamento e seleção

Recentemente estava conversando com uma pessoa sobre uma das minhas atividades que é coordenar processos seletivos. Em certo momento, minha interlocutora perguntou se eu não me sentia “poderosa” diante de uma situação de “escolha” de candidatos. Ao que eu respondi que é uma atuação de extrema importância na vida das pessoas, pois, normalmente, dedicamos mais tempo de nossas vidas na área profissional do que nos demais campos. Por isso, muito além do sentimento de “poder”, tenho “respeito” pelos profissionais que entrevisto.

O principal ponto que costumo dizer é que não se “aprova” ou “reprova” candidatos. Existe todo um trabalho de entendimento da franquia ou do empreendedor que a gerencia, das experiências profissionais necessárias ao cargo e das competências que a posição exige. A esta tarefa chamamos de “desenho de perfil”. Após este levantamento, quando avaliamos um profissional que se candidata a uma oportunidade em aberto, o projetamos para o futuro. O que isso significa? Tentamos visualizá-lo dentro da empresa, exercendo as atividades e lidando com gestor e a equipe de trabalho. Em muitos casos, o resultado é satisfatório, porém, em tantos outros, percebemos que tal combinação não será proveitosa para uma das partes, ou para ambas.

Os motivos para que essa projeção não dê bons frutos são inúmeros, desde erros de português que os candidatos cometem em suas redações, ou enquanto se apresentam, até ausência de algum requisito técnico. E aqui cabe um alerta: sim, encontramos muitos equívocos na utilização da nossa língua-mãe! A começar dos currículos mal redigidos. Em alguns casos, deixo de convocar as pessoas para entrevista, em virtude de muitos erros em seus currículos.

Quando a combinação aparenta ser bem-sucedida, ou seja, os quesitos técnicos e comportamentais são atendidos, existe a avaliação do gestor requisitante. É ele quem dá a “palavra final”. O papel de um consultor é provê-lo das informações necessárias para que ele conheça este profissional que apresentamos, mas não de escolher pelo líder.  

Por estes e outros motivos não considero meu papel como o de “juíza”, que emana “poder”, mas sim como o de “facilitadora”, para que as franquias, sejam elas de serviços, alimentação, ou qualquer outro produto encontrem bons profissionais e que, desta união, ambos os lados colham excelentes frutos!